Uma das funcionalidades mais importantes para desenvolvedores que trabalham com orquestração de containers é o docker compose depends on. O Docker Compose, ferramenta amplamente utilizada no ecossistema de containers, permite definir e gerenciar ambientes compostos por múltiplos containers de forma declarativa através do arquivo docker-compose.yml. Isso facilita a criação de ambientes de desenvolvimento, testes e produção de maneira rápida e previsível.
Quando lidamos com múltiplos containers — por exemplo, um serviço web que depende de um banco de dados — é fundamental garantir que esses serviços sejam inicializados na ordem correta. Nesse contexto, surge a necessidade de definir dependências entre containers, ou seja, estabelecer que certos serviços só devem ser executados após a inicialização de outros.
A diretiva docker compose depends_on foi criada justamente para simplificar essa tarefa. Ela permite especificar no YAML quais serviços precisam ser iniciados antes de outros, organizando a sequência de start de forma automática. No entanto, vale destacar que o depends_on apenas garante a inicialização dos containers, mas não verifica se o serviço dentro do container já está totalmente pronto para receber conexões. Por isso, muitas vezes é necessário complementar essa configuração com verificações de saúde (healthchecks) para garantir a robustez da aplicação.
Antes da popularização do docker compose depends_on, muitos projetos utilizavam a diretiva docker compose links, que além de gerenciar dependências, facilitava a comunicação entre containers por meio da criação de aliases de rede. Hoje, embora links esteja obsoleto e desaconselhado para novos projetos, ainda é importante entender seu papel histórico para evitar armadilhas em sistemas legados.
O que é docker compose depends on?
A diretiva docker compose depends_on é uma das opções mais utilizadas no arquivo docker-compose.yml para definir relações de dependência entre serviços. Ela permite declarar explicitamente quais containers precisam ser iniciados antes de outros, garantindo uma ordem lógica de execução dentro do ambiente Docker.
O funcionamento básico do docker compose depends on é relativamente simples. No arquivo YAML, basta adicionar a seção depends_on dentro do serviço que possui dependências, listando os nomes dos serviços dos quais ele depende. Por exemplo:
version: ‘3.8’
services:
web:
build: .
depends_on:
– db
– redis
db:
image: postgres
redis:
image: redis
Nesse caso, o serviço web depende dos serviços db e redis. Ao executar docker-compose up, o Docker Compose garantirá que os containers db e redis sejam inicializados antes do web.
No entanto, é importante destacar uma limitação: o docker compose depends apenas controla a ordem de inicialização dos containers, não aguardando que os serviços dentro deles estejam realmente prontos para operar. Ou seja, mesmo que o banco de dados esteja inicializado, pode levar alguns segundos até que ele esteja aceitando conexões — e o depends_on não cobre essa lacuna. Por isso, para cenários críticos, recomenda-se usar healthchecks junto com scripts como wait-for-it para garantir maior confiabilidade.
Comparando com outros métodos de controle de dependências, como a utilização de docker compose links, percebe-se que links ia além: além de controlar a ordem de inicialização, também criava aliases de rede, facilitando a comunicação entre containers. No entanto, links hoje está depreciado e não deve ser utilizado em novos projetos.

Já outras abordagens mais modernas, como o uso de redes definidas manualmente e variáveis de ambiente para configuração dinâmica, oferecem maior flexibilidade e são consideradas melhores práticas atualmente.
O docker compose depends continua sendo uma ferramenta prática para gestão básica de dependências, mas seu uso deve ser complementado por soluções adicionais para garantir a robustez do ambiente em produção.
Como funciona o docker compose depends on na prática
O docker compose depends on é bastante simples de implementar e ajuda a definir a ordem de inicialização dos serviços. A configuração é feita diretamente no arquivo docker-compose.yml, permitindo indicar quais containers devem ser iniciados antes de outros para garantir que dependências básicas estejam atendidas.
Por exemplo, considere um cenário onde temos dois serviços: web e db. O serviço web depende do db para funcionar corretamente. O arquivo YAML ficaria assim:
version: ‘3.8’
services:
db:
image: postgres:latest
ports:
– “5432:5432”
web:
image: my-web-app:latest
depends_on:
– db
ports:
– “8080:8080”
Nesse exemplo, o docker compose depends_on instrui o Docker a iniciar o serviço db antes do web. No entanto, é crucial entender uma limitação importante: apesar de o docker compose depends on garantir a ordem de start dos containers, ele não assegura que o serviço dentro do container esteja pronto para uso. Ou seja, o container pode estar rodando, mas o banco de dados ainda não aceitar conexões, o que pode gerar falhas se o serviço web tentar se conectar imediatamente.
Para contornar essa limitação, recomenda-se usar healthchecks ou scripts como wait-for-it para verificar se o serviço está realmente disponível antes de prosseguir. Essa prática torna o ambiente mais robusto e evita erros intermitentes em cenários críticos.
Diferenças entre docker compose depends on e links
Ao trabalhar com múltiplos containers, muitas vezes surgem dúvidas sobre qual abordagem utilizar para definir dependências e comunicação entre serviços. Historicamente, o docker compose links foi uma das primeiras soluções implementadas no Docker para permitir que containers se comunicassem entre si de maneira mais fácil. A diretiva links cria uma conexão explícita entre containers, fornecendo aliases de rede e permitindo que um container “conheça” o outro pelo nome definido.
O conceito do docker compose links surgiu em uma época em que o sistema de redes do Docker era mais limitado. Essa funcionalidade não apenas criava uma rota de comunicação, mas também injetava variáveis de ambiente dentro do container dependente, algo útil para configurar automaticamente aplicações que precisavam descobrir outros serviços (como bancos de dados ou filas de mensagens).
Com o avanço da tecnologia Docker, especialmente a introdução do driver de rede bridge e redes personalizadas, a necessidade do uso de links foi progressivamente diminuindo. Hoje, praticamente todos os containers conectados à mesma rede Docker conseguem se resolver mutuamente pelo nome do serviço, tornando docker compose links uma ferramenta obsoleta em novos projetos.
Por outro lado, o docker compose depends on não foca na comunicação direta entre containers, mas sim na ordem de inicialização. Ele permite declarar explicitamente que um container só deve ser iniciado depois que outro já tenha sido iniciado. Esse comportamento é útil em cenários onde, por exemplo, uma aplicação backend depende de um banco de dados estar rodando antes de iniciar.
É fundamental entender a diferença crucial entre os dois:
- docker compose links:
- Cria aliases de rede e injeta variáveis de ambiente;
Útil para comunicação direta, mas desatualizado; - Desaconselhado para novos projetos por limitações técnicas e obsolescência.
- Cria aliases de rede e injeta variáveis de ambiente;
- docker compose depends on:
- Define a ordem de inicialização dos serviços;
- Não garante que o serviço esteja pronto para uso (apenas que está rodando);
- Recomendado para organizar sequências de start em ambientes complexos.
A recomendação atual é evitar o uso de docker compose links, a não ser que esteja lidando com aplicações legadas que ainda dependem dessa configuração. Para novos projetos, a combinação de docker compose depends on com healthchecks robustos é considerada a melhor prática para garantir que todos os serviços estejam funcionando como esperado antes de serem utilizados.
Apesar de suas diferenças e do status obsoleto dos links, conhecer ambos os métodos permite maior flexibilidade ao lidar com cenários híbridos ou sistemas antigos, onde uma migração completa pode não ser viável a curto prazo.